Crise mundial da água: poluição mata 1,8 milhão de pessoas por ano

Adriano Liziero | Brenda Mendonça

Adriano Liziero | Brenda Mendonça

Redação do Geografia Visual

30 de abril de 2018

Quando falamos de água, é comum pensarmos apenas em desperdício. No entanto, o problema da sua poluição no mundo é tão grave quanto o uso indiscriminado, com consequências severas para ecossistemas e para os seres vivos, que dependem da água  – inclusive nós.

Poluição diz respeito à contaminação biológica, física ou química, sendo esta última muito perigosa, visto que, geralmente, não podemos identifica-la sem uma análise mais detalhada.

No gráfico a seguir, observe um pouco do panorama brasileiro com relação à qualidade das águas no estado de Minas Gerais e ao tratamento de esgoto por região.

Água transparente não significa água própria para banho ou consumo

A poluição pode ou não ter sua fonte facilmente identificada. O fato é que a ação antrópica é a grande causadora desse problema, seja pelo descarte incorreto de produtos, lançamento de químicos ou de esgoto.

Podemos classificar a poluição em quatro tipos:

  • Poluição química;

  • Poluição biológica, por partículas orgânicas geralmente proveniente dos esgotos;

  • Poluição térmica, pelo aumento ou diminuição considerável da temperatura de um corpo d’água;

  • Poluição sedimentar, por partículas em suspensão;

Um exemplo de poluição sedimentar dá-se pelo acúmulo de lixo nos rios e oceanos.

Poluição da água mata mais do que Aids, malária e tuberculose

Em 2017, um novo estudo* apontou que a poluição da água já mata cerca de 1,8 milhão de pessoas por ano no mundo. Para efeito de comparação, as mortes causadas pela poluição da água equivalem a mais do que o triplo da soma de todas as mortes anuais por Aids, malária e tuberculose.

As mortes foram causadas por fatores desde o consumo de água contaminada a problemas provenientes do tratamento de esgoto falho, causando doenças e infecções gastrointestinais.

Rio Yamuna, um dos mais poluídos do mundo – Índia. Fonte: http://www.isayorganic.com/blog/yamuna-river-fed-vegetables-show-huge-health-hazard/#prettyPhoto

Nesse cenário de escassez de água segura para o consumo, empresas veem uma oportunidade para o lucro. O documentário “Fluxo: Pelo Amor à Água” (Flow: For Love of Water , EUA, 2008, 83 min.), dirigido pela cineasta francesa Irena Salina, denuncia a apropriação da água como um elemento crucial para obtenção de poder, além de sugerir soluções para a crise da água.

O medo de ingerir água contaminada é um recurso muito utilizado pela indústria para vender água engarrafada.

Porém, esta nem sempre é segura, pois, além de vir de fontes contaminadas, acaba contaminando o ambiente (e, por tabela, a hidrosfera) com resíduos plásticos.

*Pesquisa mencionada no post: The Lancet Commission on pollution and health (Lancet, 2017).

Adriano Liziero | Brenda Mendonça

Adriano Liziero | Brenda Mendonça

Redação do Geografia Visual

Adriano Liziero é geógrafo, autor e editor de hipertexto do Geografia Visual. Brenda Mendonça é oceanógrafa e redatora colaboradora do Geografia Visual. Juntos, buscam os melhores conteúdos audiovisuais na internet para explicar Geografia com o poder didático das imagens.

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