Como as ondas se formam e como elas podem ser uma ameaça às cidades costeiras?

Adriano Liziero

Adriano Liziero

Editor | Geógrafo

17 de abril de 2019

A principal fonte de energia para a formação das ondas é a ação do vento sobre a superfície do mar. No entanto, para originar ondas é necessário, além da energia do vento, haver interação da água com o fundo do mar.

Na proximidade da praia, as ondas geradas pelo vento não encontram profundidade suficiente para o seu avanço e sofrem arrebentação, fenômeno que libera muita energia, gera correntes costeiras e coloca os sedimentos em suspensão.

Em praias com baixa declividade, com inclinação suave ou fundo plano, as ondas têm vida longa e perdem energia aos poucos, podendo até mesmo chegar sem arrebentar na beira da praia. Nas grandes profundidades, em situações normais, não há ondas justamente porque não há atrito da água com o fundo do mar.

Mesmo quem visita a praia ocasionalmente percebe que o ambiente muda bastante de um dia para o outro, e até mesmo ao longo de um mesmo dia, pois às vezes a praia se encontra muito larga, outras vezes estreita ou com uma inclinação maior que o normal.

A praia é um ambiente muito dinâmico, pois os ventos, as ondas por eles geradas e as correntes que se formam quando as ondas chegam à linha de costa causam erosão e transporte de sedimentos, modificando constantemente a fisionomia do local.

Além desses fenômenos naturais, as marés, formadas pela atração gravitacional do sol e da lua, contribuem para a dinâmica costeira. As águas normalmente sobem e descem duas vezes por dia, existindo portanto duas marés baixas e duas marés altas em um período de vinte e quatro horas.

A instabilidade do ambiente costeiro, sobretudo devido ao efeito das ondas e da modificação natural do nível do mar, exige um planejamento racional da ocupação do solo. A praia e os ecossistemas costeiros em geral prestam o importante serviço ambiental de proteger o continente da ação erosiva do mar.

No entanto, o avanço da urbanização sobre áreas que deveriam ser preservadas mostra que ainda é longo o caminho para a gestão da zona costeira no Brasil e no mundo. Esse é um fato preocupante, uma vez que cerca de dois terços da humanidade habitam as zonas costeiras, onde está a maior parte das metrópoles contemporâneas.

Seguindo a tendência mundial da população em ocupar predominantemente áreas próximas ao litoral, o Brasil possui cerca de 26,58% da população em municípios da zona costeira, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE, de 2010.

A foto, tirada em Sidney (Austrália) é de Benjamin Lee. Siga o Instagram dele.

Adriano Liziero

Adriano Liziero

Editor | Geógrafo

Estudei Geografia influenciado pela experiência de viver em Angola, país que despertou em mim a vontade de compreender o mundo. Trabalho como autor e editor no mercado editorial de didáticos e sou documentarista de meio ambiente.

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