Fotógrafo registra morte do rio Doce

Adriano Liziero

Adriano Liziero

Editor | Geógrafo

27 de novembro de 2015

“Ali tomamos um susto e vimos que era muito mais feio do que imaginávamos. Começamos a ver milhares de peixes mortos, camarões, caramujos que saíam da água para morrer queimados em pedras quentes, só para não ficar na água. Vimos peixes de 10 kg mortos e moradores desavisados recolhendo tudo para consumo”, relata o fotógrafo Leonardo Merçon, que testemunhou a chegada da lama de duas barragens da Samarco (Vale e BHP Billiton) na foz do rio Doce.

Cerca de 25 mil piscinas olímpicas de rejeitos de mineração se deslocaram por mais de 600 km até a costa capixaba.

“A água verde do rio se misturou com a lama até tudo ficar marrom. Os moradores estavam chocados, tentando ajudar de alguma forma”, conta Leonardo, sobre o momento em que a mancha se espalhou por 10 km de praias.

“As pessoas não têm noção da gravidade. A vida no rio Doce foi toda morta.”

Adriano Liziero

Adriano Liziero

Editor | Geógrafo

Estudei Geografia influenciado pela experiência de viver em Angola, país que despertou em mim a vontade de compreender o mundo. Trabalho como autor e editor no mercado editorial de didáticos e sou documentarista de meio ambiente.

Você também pode gostar

Fotografias

De onde vem a bateria do seu celular?

por Adriano Liziero

Imagem mostra uma mina de lítio no deserto do Atacama

Fotografias

Cemitério de navios

por Adriano Liziero

Você sabe para onde vai um navio que está velho demais para navegar, após 25 a 30 anos de vida útil? Infelizmente, para estaleiros localizados em países pobres.

Fotografias

Conflito pela água no Oriente Médio

por Adriano Liziero

As águas que correm pelo Rio Jordão, no Oriente Médio, são umas das mais disputadas do mundo.