Fotógrafo registra morte do rio Doce
“Ali tomamos um susto e vimos que era muito mais feio do que imaginávamos. Começamos a ver milhares de peixes mortos, camarões, caramujos que saíam da água para morrer queimados em pedras quentes, só para não ficar na água. Vimos peixes de 10 kg mortos e moradores desavisados recolhendo tudo para consumo”, relata o fotógrafo Leonardo Merçon, que testemunhou a chegada da lama de duas barragens da Samarco (Vale e BHP Billiton) na foz do rio Doce.
Cerca de 25 mil piscinas olímpicas de rejeitos de mineração se deslocaram por mais de 600 km até a costa capixaba.
“A água verde do rio se misturou com a lama até tudo ficar marrom. Os moradores estavam chocados, tentando ajudar de alguma forma”, conta Leonardo, sobre o momento em que a mancha se espalhou por 10 km de praias.
“As pessoas não têm noção da gravidade. A vida no rio Doce foi toda morta.”