Desertos: produção do espaço geográfico

Adriano Liziero

Adriano Liziero

Editor | Geógrafo

23 de maio de 2020

A palavra deserto suscita lugares abandonados e improdutivos. O mundo está repleto de exemplos que contestam essa ideia. A escassez hídrica é superada com a tecnologia e o espaço geográfico é produzido de diferentes maneiras nos desertos.

Imagem: Google Earth. Edição de imagem: Adriano Liziero

Imagem: Google Earth. Edição de imagem: Adriano Liziero

Um exemplo é esse, no deserto de Mojave (Califórnia – EUA): uma pista de testes da Hyundai. O isolamento do deserto ajuda a manter os segredos industriais.

Apoie o Geografia Visual

Se você doar o valor de um cafezinho, conseguirei manter o Geografia Visual atualizado. Embora os posts sejam indicados por grandes editoras e sites, não temos apoio financeiro de ninguém. A única alternativa seria poluir o site com anúncios, muitos deles, inclusive, impróprios para estudantes. Considere doar um valor mensalmente para apoiar o meu trabalho. Obrigado 🙂 


café
café duplo
café triplo
donut
Thank you very much !

Nem sempre desertos são áreas inóspitas. Para aviões, os desertos não são nada rudes. Pelo contrário, a falta de água na atmosfera conserva os materiais das aeronaves por mais tempo.

Imagem: Google Earth. Edição de imagem: Adriano Liziero

No deserto de Sonora, no Arizona (EUA), aviões que não estão sendo utilizados podem ser guardados sem o risco de enferrujarem. Com a pandemia do novo coronavírus, muitos aviões que deixaram de voar estão armazenados neste local, chamado de Pinal Country Airpark.

Para muitos, a areia faz parte do imaginário dos desertos. Contudo, a paisagem dos desertos pode ser toda branca, formada por gelo ou sal.

Imagem: Google Earth. Edição de imagem: Adriano Liziero

Esta imagem é de um deserto de sal na Bolívia (Uyuni), onde o lítio, o potássio e o sal de cozinha são explorados.

Bônus: entenda o salar de Uyuni

Imagem: George Steinmetz. Reprodução do Instagram @geosteinmetz

Por que o Salar de Uyuni é repleto de polígonos? Essa foi a primeira pergunta que me fiz quando, pela primeira vez, vi a imensidão de sal se perder no horizonte durante o nascer do sol, em uma das experiências mais incríveis da minha vida.

Apoie o Geografia Visual

Se você doar o valor de um cafezinho, conseguirei manter o Geografia Visual atualizado. Embora os posts sejam indicados por grandes editoras e sites, não temos apoio financeiro de ninguém. A única alternativa seria poluir o site com anúncios, muitos deles, inclusive, impróprios para estudantes. Considere doar um valor mensalmente para apoiar o meu trabalho. Obrigado 🙂 


café
café duplo
café triplo
donut
Thank you very much !

Olhando o solo de perto, percebe-se que ele não é compacto. Ao caminhar, sente-se o chão se quebrando, pois o solo é formado por diferentes camadas de sal, com 2 a 10 metros de espessura cada. Entre essas camadas, a água da chuva se acumula e infiltra lentamente, após permanecer como uma fina camada na superfície de sal, criando uma espécie de espelho que reflete o céu e inspira fotos incríveis.

Com o calor do sol, a água profunda, armazenada entre as camadas de sal, evapora, liberando o vapor que precisa de espaço para chegar à superfície. O caminho do vapor abre fraturas no solo e forma os polígonos, que são a marca do salar.

Muitos acreditam que, por ser um deserto, não há chuva no salar boliviano. Na verdade, o salar de Uyuni recebe chuvas em janeiro, mas a alta salinidade da água dificulta o desenvolvimento da vida, caracterizando a região como um deserto.

Antes de virar um deserto, o Salar de Uyuni era mar. Com a formação da Cordilheira do Andes, a água salgada ficou aprisionada a 3600 metros de altitude, formando um lago que depois evaporou, sobrando o sal que hoje vemos nessa imensa paisagem, do tamanho de 1.200.000 campos de futebol.

Prova de que o salar já foi mar é a existência de pequenas elevações constituídas por antigos corais, como a famosa Isla del Pescado.

Imagem: Martin St-Amant – Wikipedia – CC-BY-SA-3.0

Doe e ajude a criar posts novos

O Geografia Visual é um dos principais blogs educativos da disciplina no Brasil. Os posts são indicados por grandes editoras, sites e premiações. Para manter o blog gratuito e sem anúncios abusivos, preciso da ajuda de quem gosta do blog e quer posts novos. Considere fazer uma doação para apoiar o meu trabalho. Obrigado 🙂 


café
café duplo
café triplo
donut
Thank you very much !

Adriano Liziero

Adriano Liziero

Editor | Geógrafo

Estudei Geografia influenciado pela experiência de viver em Angola, país que despertou em mim a vontade de compreender o mundo. Trabalho como autor e editor no mercado editorial de didáticos e sou documentarista de meio ambiente.

Você também pode gostar

Fotografias

Imagens mostram tremor no México em dois momentos da história

por Curadoria de conteúdos

Há 32 anos, em 19 de setembro de 1985, a Cidade do México viveu o seu pior terremoto, que matou pelo menos dez mil pessoas (foto).

Fotografias

Cemitério de navios

por Adriano Liziero

Você sabe para onde vai um navio que está velho demais para navegar, após 25 a 30 anos de vida útil? Infelizmente, para estaleiros localizados em países pobres.

Fotografias

Reindustrialização dos EUA e desglobalização

por Adriano Liziero

Veja o que são cada um desses pontinhos coloridos na imagem.